Operação Jogada Marcada: ex-árbitro é preso
A Polícia Civil de Goiás deflagrou na manhã de quarta-feira (9) a Operação Jogada Marcada, que investiga um esquema de manipulação de resultados em jogos de futebol. Um dos alvos foi o ex-árbitro paraibano D’Guerro Batista Xavier, de 46 anos, detido em sua residência no bairro Funcionários II, em João Pessoa. A Polícia Civil da Paraíba, que também executou um mandado de busca e apreensão, executou a prisão. Segundo o delegado Rilmo Braga, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), Xavier era um dos articuladores do grupo batizado de “Árbitros da Propina”.
Histórico do caso – Operação Jogada Marcada
O ex-árbitro já havia sido afastado da arbitragem desde 2018, quando foi investigado pela Operação Cartola, que também apurava fraudes no futebol paraibano. Mesmo fora dos quadros oficiais da CBF, D’Guerro continuava atuando em competições amadoras e mantinha forte ligação com figuras do meio esportivo. A Operação Jogada Marcada aponta que ele utilizava esses contatos para articular manipulações em partidas da Série B do Campeonato Brasileiro e também do Campeonato Angolano. O esquema tinha como objetivo principal favorecer apostadores que recebiam informações privilegiadas sobre resultados previamente definidos.
A investigação revelou que o grupo movimentava valores significativos por meio de transações bancárias entre jogadores e intermediários. Os investigadores conseguiram rastrear pagamentos suspeitos a partir de contas ligadas a atletas em clubes brasileiros e estrangeiros. A Operação Jogada Marcada cumpriu, ao todo, sete mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão. As ações ocorreram em seis estados: Paraíba, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Espírito Santo e Goiás. A operação deve continuar nos próximos dias com a análise de dados apreendidos em celulares, computadores e documentos encontrados nas residências dos investigados (GE).
Entenda a operação
O nome da operação não é aleatório. A Operação Jogada Marcada tem como temática os jogos com desfechos combinados. De acordo com a DEIC, esse tipo de crime tem impacto direto na integridade do esporte e compromete a confiança do público no futebol. O caso deve ser analisado também pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que pode aplicar sanções aos envolvidos. A CBF, por sua vez, informou que acompanha os desdobramentos e reforçou sua parceria com empresas de monitoramento de apostas esportivas para detectar condutas suspeitas. A repercussão do caso reacende o alerta sobre a vulnerabilidade do esporte à ação de grupos criminosos.
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